segunda-feira, 21 de junho de 2010

Janela - Mealhada

Esta janela teve o condão de me remeter para as ilustrações dos livros infantis. Talvez pelo desenho ingénuo das cortinas, ou pelo contraste forte do azul, do amarelo e do castanho, ou ainda pelo encantador rendilhado do ferro, no remate inferior. O certo é que, perante esta janela senti-me como, quando em criança, me extasiava com as magnificas ilustrações dos meus livros de histórias. Eram livros com a capa dura e forrados em pano, num verde seco. Eram pouco ilustrados, de onde a onde havia um pequeno desenho a preto e nada mais. Mas, no início de cada história, havia uma página primorosamente decorada, recheada de pormenores. Hoje penso, que até seriam reproduções, de obras de pintores mais ou menos reconhecidos. Não sei se naquela altura, no nosso país, já se fariam ilustrações propositadamente para histórias infantis. Quando vou a alfarrabistas, ou navego por sites de leilões, espero sempre encontrar algum livro dessa colecção, mas até hoje ainda não encontrei nada. Maria Gabela

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Azuis

O post onde o Luís nos mostra o seu lindo prato de Sacavém, motivo Alcobaça, despoletou uma conversa sobre o gosto pelas loiças em tons de azul; vai daí, não perdi tempo!:) Enquanto a televisão debitava uma péssima programação, pus em pose alguns dos meus "azuis" para vos mostrar.É preferível uma agradável conversa sobre aquilo de que gostamos, a estar a dormitar no sofá. Ocorreu-me agora uma questão. Porque será que na obra do Picasso, em determinada altura, houve predominância da cor azul, dando origem à célebre fase azul? Porquê esta cor? Tenho lido várias explicações, mas penso que deverá haver alguma mais prosaica. Um abraço

sábado, 12 de junho de 2010

Alminhas

Gosto de fotografar estes pequenos monumentos religiosos. Acho-os lindos dentro da sua singeleza e singularidade.Ao mesmo tempo impressionam-me,as tragédias pessoais subjacentes a estas construções. Estas duas fotografias da mesma alminha têm mais ou menos um ano de diferença entre si e foram tiradas numa aldeia próximo de Cinfães. Tenho que começar a escrever o nome das pequenas terras por onde passo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pezinhos

Saleiro e pimenteiro da década de 70, de uma marca inglesa. Comprei-o num site de leilões e quando chegaram a casa surpreenderam-me pelo tamanho. Para saleiro e pimenteiro são enormes. Medem à volta de 13cm. Acho imensa piada aos sapatinhos.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Azulejo familiar

O meu pai nascido e criado em Lisboa até aos vinte e poucos anos, pediu-me um dia que o ajudasse a tentar descobrir a casa dos seus avós paternos em Pombeiro, Felgueiras, onde em criança chegara a passar férias, nunca mais tendo lá voltado. Mal houve oportunidade lá fomos. Senti o meu pai emocionado…e como hoje o compreendo! Tinha como pontos de referência o nome da casa (Vila Etelvira), que esta se situava próximo do Mosteiro de Pombeiro, e as memórias que retinha através de uma velha fotografia da casa. Como seria de esperar, já nada estava como há setenta e muitos anos… Mas o certo é que encontrámos a casa, ou melhor, as suas ruínas, invadidas pela vegetação. Mas conseguimos entrar. O meu pai estava muito, muito comovido, apontando o que restava de cada compartimento, evocando situações e pessoas que lhe eram queridas. Numa das paredes do rés-do-chão, e caídos no chão, no meio do matagal, ainda se podiam ver alguns azulejos. Afastei as silvas, arranhei os braços, mas o facto é que trouxe três ou quatro dos que estavam no chão. Não sabia muito bem que destino lhes dar. Um dia, passados largos meses, a ideia surgiu! Integrar os azulejos que pudesse nas paredes da minha própria cozinha. Mas como? Emoldurá-los não, picar paredes nem pensar! Fi-lo de uma maneira muito artesanal. Depois de mais ou menos alisado (só se aproveitou um), colei-lhe por trás uma cartolina grossa, depois uma fita-cola de dupla face e finalmente colei-o, na parede. Gostei do resultado final, mas ainda gosto mais do olhar embevecido que o meu pai lhe deita e das conversas que nas tertúlias familiares este azulejo colado na minha cozinha provoca.