sábado, 12 de junho de 2010

Alminhas

Gosto de fotografar estes pequenos monumentos religiosos. Acho-os lindos dentro da sua singeleza e singularidade.Ao mesmo tempo impressionam-me,as tragédias pessoais subjacentes a estas construções. Estas duas fotografias da mesma alminha têm mais ou menos um ano de diferença entre si e foram tiradas numa aldeia próximo de Cinfães. Tenho que começar a escrever o nome das pequenas terras por onde passo.

4 comentários:

  1. Em cruzamentos mas não só, também sou um apreciador destes pequenos monumentos.
    Deixo um convite para uma leitura em
    "http://arquitecturadouro.blogspot.com/2008/01/alminhas.html"
    Cumprimentos

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  2. Aceitando o seu convite, já li o post em questão.Gostei do que li e acho a alminha da sua fotografia linda e diferente do habitual. Penso que a protecção em madeira não é muito frequente.
    Um abraço
    MariaGabela

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  3. Muito bonito Maria Gabela!
    Muitas vezes também dou por mim a caçar estas expressões da arte e religiosidade popular cujas raízes se perde nos tempos.
    Creio que devem ter tido origem em costumes romanos e o facto de aparecerem inicialmente em caminhos talvez esteja relacionado com o facto das estradas serem perigosas quando as viagens se faziam de formas mais rudimentares que hoje. Serviriam talvez para invocar a protecção das divindades tutelares.
    Mas, posteriormente, começaram a aparecer não só no mundo rural como invadiram igualmente o urbano em lindíssimos painéis de azulejo que se colocavam nas fachadas. Coisas fantásticas com pequenas representação de almas orantes (sempre adultos, que a crença ditava que as crianças, por estarem isentas de pecado, acediam automaticamente ao céu) a arder no purgatório (quando a igreja reforçava esta ideia, coisa que hoje passou à história) pedindo aos passantes que também eles rezem por eles um Padre Nosso e uma Avé Maria para poderem aceder ao paraíso. Por isso estas representações vêm muitas vezes acompanhadas com as letras PNAM.
    Que belíssima inspiração que tem ao fotografar estas manifestações de arte popular! Os meus parabéns pela ideia.
    Manel

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  4. Manel
    Obrigada pelo comentário.
    Curiosamente sempre associei as alminhas a tragédias pessoais. Talvez faça esta relação, pois na freguesia onde a minha mãe nasceu existe uma, e a minha avó, quando eu era ainda menininha, dizia-me que aquela alminha tinha sido construída em memória de alguém que tinha sido morto barbaramente nesse mesmo local. Histórias antigas, muito antigas, pois nem mesmo ela tinha conhecido o tal homem....a história chegou até mim, como se fosse um madeireiro que por ali andava em negócios e que terá sido morto por questões comerciais.Durante as férias em casa desta avó, quando calhava eu passar sozinha junto desta alminha,dava uma corrida imensa, com a mente povoada de papões e kazumbis :)
    Um abraço
    MariaGabela

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