sábado, 24 de dezembro de 2011

Boas festas

A todos os seguidores e comentadores do meu blogue especialmente aos que  me  mimam com  os seus assíduos e generosos comentários  desejo um bom Natal e, para contrariar o que por aí se prevê, que o   novo ano seja cheio de prosperidades e que a alegria e saúde nunca nos faltem.
Um dente-de-leão do  meu jardim, que fotografado em modo macro, parece formado por  estrelas,  bem mais bonitas que todas as plásticas e sonoras que vemos por aí.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Porta, janelas e... verde

Algumas fotografias dos meus álbuns. 

A esta primeira, tirada em 2008 dei-lhe na altura, o título de "Sombra do presente, em porta do passado". Atraiu a minha atenção, a sombra do pinheiro  projetada na velha  porta e as diferentes texturas que fazem parte do conjunto.

 
Esta segunda foto foi tirada em Lamego, a uma casa do degradado bairro da Ponte,  local em que  se começa  a descer em direção ao rio Balsemão.
Gostei da  chapa ondulada  pintada de azul e do friso castanho.A  floreira completa o conjunto, justifica o clique e fez-me pensar que a beleza se pode encontrar nos sítios mais inesperados.

Há um ano atrás, durante uma caminhada no Parque Nacional  da Peneda Gerês. Gosto do verde constante da vegetação e do musgo, (talvez reminiscências de uma infância passada a mil metros de altitude  e rodeada de vegetação luxuriante) que me fazem discordar de Miguel Torga que considerava  o Minho demasiado verde e monótono.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Chávena de café

Aproveitando a folga deste feriado (dizem que o último neste dia), mostro uma chávena de café que acho bonita.
É feita  numa porcelana muito fina, leve, translúcida,apresenta um ligeiro relevo e penso que corresponde ao que  normalmente se designa por "porcelana casca de ovo". 
A decoração principal, um motivo vegetalista muito suave que não consigo identificar, "abraça" a chávena, com a representação de um ramo onde poisam vários pássaros, que a mim, que nada sei sobre aves, me parecem pardais.



Nesta fotografia do primeiro grupo de pardais, que fotografei em modo macro, pode-se perceber que nos contornos foi usada uma técnica de pintura que eu suponho designar-se por "ponteado". Olhando para a chávena, não se consegue perceber este pormenor.

O último grupo de pássaros, termina já quase junto à asa, que é muito bonita no seu estilo rendilhado.
A chávena não está marcada, mas parece-me antiga.Esqueci-me de referir, que tanto a chávena como o pires, estão debruadas a dourado e foram comprados à já minha amiga, D. Isabel, da Casa do Assade em Grimancelos.
Contando ter uma próxima semana mais suave,e portanto ser mais assídua afastando o pó do meu blogg :) desejo-vos um bom fim de semana.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Prato com aba raiada

A aba raiada deste prato e a decoração central tornam-no diferente do habitual.
Comprei-o na Guarda, numa das últimas semanas do verão passado, seduzida precisamente por estas diferenças decorativas.
O desenho central, a mim, sugere-me uma palmeira no meio de um jardim, ladeada de duas cancelas e, talvez, duas aves. A "ave" do lado direito, dita-me a imaginação poderá ser um beija-flor, mas como os olhos veem coisas diferentes, cá em casa, há quem veja um lago, um repuxo e, os meus beija-flor, transformam-se  em pombas.


A fotografia de baixo pretende mostrar um pormenor das diferentes faixas decorativas. Prefiro a última, que me faz lembrar a espiguilha, adorno que tanto usei, na roupa dos meus filhos quando eram bebés  e,que continuei a usar  nos bibes da minha filha.

A marca! Quando  a vi convenci-me que havia uma igual no Dicionário Marcas de Faianças  e Porcelana Portuguesas,e que, portanto, identificaria rapidamente este meu prato. Engano meu. Há várias sim, idênticas a esta no tipo do desenho da letra, ou pincelada mas, igual nenhuma.
Fiz várias pesquisas, que passou até pelo nome de alguns oleiros, mas não encontrei nenhuma referência que me fizessem aproximar da identificação desta marca.
Numa das últimas feiras aqui em Braga, vi um pequeno bule, não marcado, decorado com estas riscas e em todo o resto, me pareceu serem peças da mesma fábrica.. Pediam uma exorbitância por ele ( coisa que não aconteceu com este prato),  portanto lá ficou em cima da banca, desafiando novos olhares.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Chávenas

Acho piada às coincidências de gostos e compras que por vezes acontecem entre os membros desta pequena comunidade  que partilha os mesmos interesses, mesmo não se conhecendo e vivendo a quilómetros de distância uns dos outros, não havendo por isso,  oportunidade de se influenciarem mutuamente. Claro que não me refiro a algumas compras que, no meu caso, já fiz, porque influenciada pelo que fui vendo "aprendi" a gostar de determinada padrão, ou fabricante, como é, por exemplo  o caso destes pratos.

Ontem, quando vi estas taças da Maria Andrade percebi que havia mais uma coincidência, pois, há bem pouco tempo, comprei na feria de velharias de Barcelos uma chávena de café que, para além do mesmo padrão é igualmente obra do mesmo fabricante.
Cá está ela.


As marcas e sinais do pires e da chávena não são  iguais. Será que acontece o mesmo com as taças da Maria Andrade?
O tardoz do pires é  igual ao da Maria Andrade, variando talvez na pequena sinalética.
A cor utilizada para a marca da chávena e do pires, são diferentes. 
Será que originariamente, não foram peças do mesmo serviço? Ou a cada formato corresponderia uma cor?

A chávena que se segue, não tem mistérios e foi comprada no mesmo dia. É da Vista Alegre, pintada à mão e os seus tons, de rosa e lilás tornam-na diferente do habitual.
Apesar de ter consultado com muita  atenção o Dicionário Marcas de Faiança e Porcelana Portuguesas,  não consegui encontrar nenhuma marca exatamente igual a esta, pelo que tomo como referência  a mais parecida e que sendo assim, situa o fabrico desta chávena entre 1894/99.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Dançando ao vento

Num outono que teima em não aparecer e num época de árduo e inglório trabalho, revisito alguns locais que calcorreei em outros tempos não muito distantes.

A foto que se segue, e a que dei o título "Dançando ao vento", foi tirada durante uma caminhada em plena serrania, da qual  já não recordo o nome.
Estes ramos secos e retorcidos, tendo a serra como cenário lembraram-me os movimentos graciosos do ballet clássico, e não resisto em fazer "dois em um" e juntar a este post  um video de um dos momentos do 4º ato do  Lago dos Cisnes.


 Margot Fonteyne e Rudolph Nureyev, é um par mítico para as pessoas da minha geração, que gostam de dança clássica, não só pelo grande virtuosismo das suas técnicas, mas também, pelas  histórias de vida de cada um deles, especialmente a dele que, nascido na Rússia Soviética, dá o "salto" para  Ocidente quando se encontrava em digressão em Paris. Já  em pleno aeroporto, para iniciar a sua viagem de regresso a Moscovo, quebra as barreiras de segurança e pede asilo político. Cresci e formei-me enquanto pessoa ouvindo e lendo comentários e críticas enaltecendo a obra destes dois bailarinos. Recordo que fiquei estupefacta quando descobri, que entre os dois, que interpretaram  essencialmente pares românticos havia uma diferença de vinte anos! Aqui fica um pas-de-deux memorável.

Tirada no mesmo dia, e ma mesma serra. Gosto do contraste entre os diferentes elementos e cores. O céu azul confunde-se com o verde da vegetação e cria a ilusão de uma linha curva. 



Estes troncos, não pertencem a nenhum dos cenários do filme "O senhor dos Anéis", mas antes, à Mata do Buçaco. Não será preciso uma mente muito fantasiosa, para  imaginar, neste lugar mágico, Elfos, anões e Orcs, a saltarem,  de cada um dos frondosos e, por vezes húmidos trilhos.
Vale a pena uma visita a este local, pelo seu  grande património botânico, arquitetónico, religioso, militar e histórico. O hotel, que já foi  palácio, é sublime! Só o conheço por fora ! :)

domingo, 2 de outubro de 2011

Prato em faiança

Gosto deste prato com um peru azul, pintado no centro. De todos os pratos rústicos que tenho, este, é do que mais gosto.

Do que vou observando, parece-me que este tema, não é frequente na decoração das nossas faianças, sendo mais vulgar nas faianças inglesas.
Apesar desta minha constatação e mesmo não estando  marcado, não duvido da sua origem portuguesa. O tipo de pasta é muito semelhante a outros que andam cá por casa incluindo o seu tom  amarelado. Talvez isto, não baste para concluir nada, mas é esta a minha convicção.


Se para representar a folhagem, não restam dúvidas, que foi utilizada o esponjado, já para o peru, não sei, qual foi o tipo de técnica usado. Parece-me uma técnica mista, em que sobre o esponjado, aplicaram um stencil, para melhor conseguirem os pormenores.

Este meu prato, para além de colado está gateado e, nenhum destes trabalhos está muito sólido.  A  propósito dos "gatos" e outros consertos que se faziam antigamente, descobri o blog, Past imperfect, the arte of inventive repair do Andrew Baseman  que coleciona objectos reparados com peças de metal e não podia deixar de partilhar convosco. Vejam. Tem uma coleção muito interessante e fora de vulgar.
A fotografia abaixo ainda é do meu prato :)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Trio de porcelana

 O Luís mostrou-nos no seu blog, este lindo bule da Vista Alegre e eu, que anteontem à noite trabalhava no portátil da minha filha, na sala, quando o vi,  bastou-me erguer os olhos para dar de caras com um bule meu,  parecendo-me de imediato haver semelhanças no formato das peças. Fui buscá-lo, ampliei a foto do bule do Luís, e assim com os dois, "lado a lado",confirmei a minha primeira impressão. Apesar da decoração bem distinta, a forma é a mesma! 
  Repare-se na asa, no gomado do corpo, nos filetes a ouro, e até nos três pontinhos dourados que decoram o bico.

Como já conhecia alguns bules da Vista Alegre com este formato, ( tenho um, mais pequeno, marcado a azul), quando vi este trio de peças que formaram em tempos um serviço de chá, associei-as de imediato a esta fábrica, não deixando, no entanto,  de estranhar a decoração.
No açucareiro, podemos ver melhor,  pormenores desta decoração, formada essencialmente por pequenas folhas douradas e enrolamentos alaranjados.
Não acho que este tipo de desenho, conjugado com esta cor, seja da caraterístico da VA e considerando a opinião do Luís sobre o conservadorismo desta fábrica no que se refere à decoração das suas peças, estas, terão origem  numa outra qualquer, que não a da Vista Alegre..

 
No entanto, é inegável que o formato deste trio é igual às muitas peças  marcadas da Vista Alegre, portanto o que pensar? 

Conjuntamente com estas três peças e porque faziam parte do mesmo lote, comprei um pires e uma chávena de chá. Esta última peça, não faz obviamente parte do serviço, e parece-me de fabrico inglês e com o formato London Shape.   

Poderão encontrar belos exemplares e muita informação deste modelo, aqui, no blog da Maria Andrade

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Covilhete

Mostro hoje uma peça em faiança, decorada a azul, e que, apesar de marcada, não consigo identificar a sua origem.
Trata-se de uma covilhete comprada on-line, e que, apresenta uma marca, que me parecia ser da Fábrica de  Darque em Viana do Castelo. Esta fábrica utilizou uma grande variedade de marcas, em que a letra V está sempre presente, variando na forma e na cor em que é pintada, na espessura do traço, e,  sendo muitas vezes acompanhada de símbolos. Esta marca intriga-me e das pesquisas que fiz  (cheguei a contar setenta  e tal no Dicionário Marcas de Faiança e Porcelana de Portugal), não apareceu nenhuma igual ou semelhante a esta.  Acho curiosa a disposição  das letras, que para além do que eu julgo ser um V, terá ainda a letra U. Mas, ocorreu-me agora de repente ,que o  V, afinal,  poderá ser um Y!!
 

Quanto à decoração, apesar de   bonita,  acho-a  trapalhona. Parece que  o motivo escolhido é muito  grande para a dimensão da peça, ou então, que foram usados pincéis demasiado grossos.Para além disso,  não  identifico estes motivos com os usados pela  Fábrica de Viana. 

A árvore que se vê à  direita e da qual  mostro um pormenor em baixo, aumenta a minha desconfiança quanto à possível origem Vianense desta  peça, fazendo-me antes lembrar, as árvores  que se podem ver em algumas decorações do cantão popular, como por exemplo, nestas travessas que o Luís nos mostrou há já uns tempos.

Nesta última fotografia, mais um pormenor, desta vez do centro da peça e que parece representar uma paisagem com um rio ou lago. Acho pouco comum a representação da árvore da esquerda e se alguém conseguir identificar o "borrão" entre as duas árvores, por favor diga :) A mim já me pareceu uma borboleta, mas, poderei estar influenciada pelos  muitos desenhos e pinturas infantis que vejo; por outro lado, o tema "borboleta", não seria muito frequente na decoração deste tipo de loiça.

sábado, 27 de agosto de 2011

Sementeira de mamão

Em meados de Junho, resolvi fazer uma sementeira de mamoeiros, ou papaeiras ( o fruto é o mesmo, e na minha terra, o mais arredondado é designado por mamão), aproveitando as sementes de uma saborosa papaia.
As sementes deste fruto apresentam-se envolvidas numa membrana gelatinosa, pelo que, primeiro, as pus  a secar durante vários dias.

Cá estão elas, já secas e prontas a irem para a terra.


Como sou uma cidadã com preocupações ambientais, tento não me ficar pelas boas intenções, e, sempre que posso ponho em prática o que vou ensinando às minhas crianças. De facto, cá em casa vamos no bom caminho: separamos o lixo, o óleo alimentar, apesar de  pouco utilizado vai para um bidão próprio, quando há tempo e paciência aumento a minha caixa de compostagem com o resto dos vegetais crus etc.  Assim, aproveitei uma útil  e até bonita embalagem de morangos, fiz-lhe pequenos furos para escoar a água da rega, enchi- a de terra ,tracei  pequenos sulcos e lá depositei as sementes da saborosa papaia.

A germinação foi lenta, apesar de as ter posto num local com bastante sol. Já quase se tinham passado  duas semanas, e apesar de todos os meus cuidados, os rebentos não brotavam; pensava eu, que por se tratar de pequenas sementes, a germinação seria muito rápida. Coisas de jardineira amadora !

A foto que se segue foi tirada no início deste mês, teriam portanto, as novas plantas, cerca de mês e meio. Começa-se já a perceber o característico recortado das folhas do mamoeiro, que, em Angola, eram utilizadas  para amaciar a carne, especialmente   a de bifes.


Tirada no mesmo dia e de outro ângulo, para melhor se poderem ver os caules  cilíndricos, que estão ainda muito finos mas que poderiam atingir , na sua fase adulta ,(caso estivéssemos num clima tropical) entre 10 a 30 cm de diâmetro e oito metros de altura.

Como tinha muitas sementes, sobraram-me algumas que fui espalhando por vários vasos e canteiros.
Num vaso, onde tenho uma pitangueira, uma das sementes germinou muito mais rapidamente do que todas as outras, resultando num outro pé de mamão, muito maior do que os semeados na caixa de morangos. A diferença do ritmo de crescimento  poderá dever-se à terra utilizada, ou à exposição solar.

Em meados de Setembro, vou replantar todos os rebentos para um vaso maior, e abrigá-los durante as noites e dias frios, na esperança de que resistam às temperaturas baixas aqui do norte ,e que, pelo menos ,cheguem a florescer.


Na impossibilidade de ilustrar com uma  fotografia minha, uma carica papaya adulta, ou seja um mamoeiro, optei por utilizar uma imagem do guia medicinal, "Plantas Medicinais de  Kohler", publicado em 1887, da autoria (?) de Franz Eugen Kohler e com ilustrações de Walther Müller e C.F. Schmidt Acho que, nenhuma Macro por mim tirada, conseguiria tais detalhes.Mais gravuras  desta obra publicada  em três volumes, podem ser vistas aqui

terça-feira, 26 de julho de 2011

Par de chávenas


Nem de propósito! No  sábado comprei duas chávenas de café na feira de velharias de Braga e, coincidente-mente, a Maria Andrade publicou num dos dias imediatos, este post sobre chávenas, que me fez olhar para a minha recente aquisição de outra forma; de outra forma, pois comprei-as, com a informação de que poderiam ser da Vista Alegre, mas sem certezas. Enquanto mas embrulhavam, ia pensando que não conhecia nada da VA  assim decorado,e que certeza, só tinha quanto à sua antiguidade.

Aqui está o  par, numa das suas faces. Na  decoração em jeito de chinoiserie, prevalece a representação de flores de cerejeira.Os rebordos são contornados com dois filetes em tom rosa.

Do outro lado, uma ave, talvez um pavão. Em plano inferior, uma grande mancha azul escuro, de onde sai o ramo onde se empoleira a ave. Toda a composição me parece ser uma pintura manual.


Um grande plano de uma das flores e logo a seguir um grande plano do pavão.

Depois de ver com muita atenção o poster que a Maria Andrade mostra, acho que o meu par de chávenas, tem fortes possibilidades de ser de fabrico inglês. Há alguns pormenores coincidentes; o formato da asa é o mais evidente, mas o tema "flores de cerejeira", está também muito presente nos exemplares do poster. Por ouro lado, tal como disse no início, não associo este tipo de trabalho à Vista Alegre. Continuarei a investigar.

sábado, 23 de julho de 2011

Coisas diferentes que vou vendo por aí - I

São raros os dias em que  deixo a máquina fotográfica em casa, mas, também devo dizer ,que no meu dia a dia, raramente a utilizo. O quotidiano absorve-me de tal maneira, que não me sobra disponibilidade mental, para parar, olhar e reparar no que me rodeia.  Quando me apanho em férias e saio do meu cantinho Minhoto, desforro-me. De forma natural,  fico mais arguta, mais observadora, e gosto de fotografar pormenores que  atraiam a minha atenção.
Seguem-se três fotografias, tiradas em diferentes ocasiões, e, que por várias razões prenderam a minha atenção.

É, ou não é? Não. Não é um colchão verdadeiro, mas eu e a minha filha, que passamos a correr por esta escultura para nos refugiarmos duma chuvada imprevista, ficámos atónitas com a visão! Um colchão depositado em plena via pública de uma grande cidade!? Passados alguns minutos, já abrigadas num café , e estrategicamente sentadas numa mesa em frente ao "nosso colchão", começamos a duvidar da sua autenticidade. Quem passava, não reagia perante  sua visão e, foi aí, que percebemos tratar-se de uma escultura. Mesmo assim, quando saímos, ainda lhe fomos tocar com o pé :) Claro, que nos rendemos perante o realismo da obra, sem chegarmos depois a consenso, quanto à sua beleza, função, intenção do autor etc, etc


Este cartaz anti -tourada de grandes dimensões chamou a minha atenção pela utilização de uma imagem que considero forte. Não consigo ter uma opinião definida sobre as touradas, talvez, porque este espectáculo ,nunca fez parte da minha realidade, mas sou tendencialmente contra e estou absolutamente convicta da sua violência. O autor do cartaz conseguiu, com grande mestria, passar a mensagem de tortura e sofrimento infligido aos animais durante as touradas.

Numa caminhada por terras de  Terras de Basto, mais precisamente em Mondim de Basto e ao longo da  Levada de Piscaredo, numa das várias aldeias por onde passei,  descobri esta  selha, feita a partir de um barril, que, deixando de ter serventia, for reconvertida em floreira.  Quando a  Maria Andrade, nos mostrou as pedras do seu jardim, por associação  de ideias, lembrei-me do quanto gosto de selhas, e que  na casa dos meus pais, em Angola, havia algumas com a esta função. Os aros de ferro eram pintados em cores garridas e já naquele tempo faziam as minhas delícias. Ainda não tenho nenhuma, mas lá chegarei :)

Sobre a fotografia, gosto da harmonia inesperada formada pelo conjunto das alfaces e do cebolinho em vez das flores, da rede azul a poder ser um adorno, da grelha a espreitar, da parede inacabada e... dos aros pintados a vermelho.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Azulejos publicitários

Este comprido painel, na rua de Santa Catarina despertou-me, para a  função dos azulejos, na publicidade. Associáva-os, quase exclusivamente à decoração das fachadas,  apesar de no Porto existirem variadíssimos painéis publicitários em azulejo, creio que, todos do início do século XX. Mas, como a maioria das vezes passamos, olhamos e não vemos, nunca os valorizei. As magníficas fachadas da Capela das Almas,e outros exemplos sumptuosos da azulejaria Portuense  justificam a distracção. 

Nesta primeira fotografia tentei apanhar a parte central do painel,que fica ao nível do primeiro andar, onde se lê o nome do proprietário e, talvez fundador,  do estabelecimento comercial. 
  
O canto esquerdo, anuncia o tipo de comércio Casa de Novidades, que, pela decoração dos azulejos, faz-me crer ter-se tratado de uma casa de brinquedos.

No canto direito do painel aparece uma designação, que corresponde ao  nome comercial deste estabelecimento,  Grande Bazar do Porto. Para a época seria sem dúvida, um nome comercialmente apelativo. Pelo que vou observando  o termo "bazar", caiu em desuso, agora tem outro significado :) Cá em casa, quando havia adolescentes, a utilização dos termos,  bazar, bué e outros , foram  motivo de algumas zangas...fortes! :)
Gosto da candura destes azulejos! Na  cercadura que enfeita  o nome do proprietário, as caras das meninas, com grandes laçarotes na cabeça, a comporem os ramo de flores, com se de mais uma se tratasse, revelam um conceito de infância,mais ingénuo, onde não havia a pretensão de transformar as crianças em pequenos adultos, como hoje, algumas vezes acontece.
Estes azulejos são ainda um bom registo sobre a maneira como se vestiam as crianças e sobre o tipo de brinquedos da época. Percebe-se bem que os brinquedos representados são de madeira.Acho piada ao pormenor da matrícula do carro! GBP! Nem mais nem menos do que as iniciais da casa.
Pensou em tudo o autor do painel, que, como se pode observar,  no canto inferior direito (ampliando a fotografia) pertencia à Fábrica do Carvalhinho. Tenho pena de não conseguir perceber o ano de fabrico.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Montras - I

Não gosto de ver montras. Sair, para ver montras, não obrigada! Bem bastou, quando era criança ter que acompanhar a minha mãe e  um cortejo de tias, que parecia que aumentava a cada saída :) Tenho ideia, de este hábito ser frequente entre as senhoras, na década de sessenta.
Andar devagar, irritantemente devagar, parar em todas as montras, esmiuçar cada peça exposta, é-me demasiado penoso. 

Mas, não sei como, no verão passado descobri que as montras podem ser um óptimo tema para fotografar. (daí, aparentemente este post ser sobre uma coisa de que eu não gosto). Umas vezes, por mérito de quem as concebe e arranja, outras, porque  são precisamente o oposto da montra tecnicamente bem feita e outras ainda, porque mudando-se os tempos, mudam-se as vontades, ficam  esquecidas entre paredes de estreitas vielas, adquirindo assim   uma graça inesperada, que só a pátina do tempo consegue dar e que é o caso da primeira fotografia que mostro.

 Na íngreme Rua da Olaria em Lamego, deparei com esta montra, que eu creio ser o que resta de uma casa de aluguer de fatos religiosos. Não fossem as marcas do tempo, e a fotografia não teria resultado.


Em pleno coração londrino, um grande armazém com quatro ou cinco montras iguais a estas expõem os  diferentes artigos, com um toque de requinte e bom gosto, que me deixaram de nariz colado ao vidro várias vezes.
Esta primeira exibe uma miscelânea de artigos, todos eles com um ar muito requintado. Acho interessante a ideia da mistura de coisas tão diferentes como carteiras de senhora, perfumes, chávenas etc.
Bebidas  expostas com sobriedade  e  sempre acompanhadas de objectos a que regra geral associamos ambientes requintados: pérolas, cristais, pratas etc.

As montras de lingerie, são sempre demasiado óbvias: ou nos esperam pernas ao alto para melhor podermos apreciar os acabamentos das meias, ou  torsos plásticos, sem piada nenhuma, sem nada que prenda a atenção dos mais distraídos.
A montra de baixo vale pela originalidade da concepção. Gosto da ideia alternativa desta montra, que, comigo resultou, pois conseguiu o que dificilmente as outras conseguem, ou seja, fazer-me parar e olhar com interesse.

Esta última, fala por si. Não é minha intenção analisar aqui estas fotografias sob uma perspectiva sociológica, mas esta, talvez merecesse. Quando fotografei esta banca de bolos, no Camden Markets , não reparei na rapariga que aparece de costas e até cheguei a lamentar, a sua presença, pois não permitiu um enquadramento perfeito. Hoje, acho,que dá um outro sentido à fotografia.