terça-feira, 26 de julho de 2011

Par de chávenas


Nem de propósito! No  sábado comprei duas chávenas de café na feira de velharias de Braga e, coincidente-mente, a Maria Andrade publicou num dos dias imediatos, este post sobre chávenas, que me fez olhar para a minha recente aquisição de outra forma; de outra forma, pois comprei-as, com a informação de que poderiam ser da Vista Alegre, mas sem certezas. Enquanto mas embrulhavam, ia pensando que não conhecia nada da VA  assim decorado,e que certeza, só tinha quanto à sua antiguidade.

Aqui está o  par, numa das suas faces. Na  decoração em jeito de chinoiserie, prevalece a representação de flores de cerejeira.Os rebordos são contornados com dois filetes em tom rosa.

Do outro lado, uma ave, talvez um pavão. Em plano inferior, uma grande mancha azul escuro, de onde sai o ramo onde se empoleira a ave. Toda a composição me parece ser uma pintura manual.


Um grande plano de uma das flores e logo a seguir um grande plano do pavão.

Depois de ver com muita atenção o poster que a Maria Andrade mostra, acho que o meu par de chávenas, tem fortes possibilidades de ser de fabrico inglês. Há alguns pormenores coincidentes; o formato da asa é o mais evidente, mas o tema "flores de cerejeira", está também muito presente nos exemplares do poster. Por ouro lado, tal como disse no início, não associo este tipo de trabalho à Vista Alegre. Continuarei a investigar.

sábado, 23 de julho de 2011

Coisas diferentes que vou vendo por aí - I

São raros os dias em que  deixo a máquina fotográfica em casa, mas, também devo dizer ,que no meu dia a dia, raramente a utilizo. O quotidiano absorve-me de tal maneira, que não me sobra disponibilidade mental, para parar, olhar e reparar no que me rodeia.  Quando me apanho em férias e saio do meu cantinho Minhoto, desforro-me. De forma natural,  fico mais arguta, mais observadora, e gosto de fotografar pormenores que  atraiam a minha atenção.
Seguem-se três fotografias, tiradas em diferentes ocasiões, e, que por várias razões prenderam a minha atenção.

É, ou não é? Não. Não é um colchão verdadeiro, mas eu e a minha filha, que passamos a correr por esta escultura para nos refugiarmos duma chuvada imprevista, ficámos atónitas com a visão! Um colchão depositado em plena via pública de uma grande cidade!? Passados alguns minutos, já abrigadas num café , e estrategicamente sentadas numa mesa em frente ao "nosso colchão", começamos a duvidar da sua autenticidade. Quem passava, não reagia perante  sua visão e, foi aí, que percebemos tratar-se de uma escultura. Mesmo assim, quando saímos, ainda lhe fomos tocar com o pé :) Claro, que nos rendemos perante o realismo da obra, sem chegarmos depois a consenso, quanto à sua beleza, função, intenção do autor etc, etc


Este cartaz anti -tourada de grandes dimensões chamou a minha atenção pela utilização de uma imagem que considero forte. Não consigo ter uma opinião definida sobre as touradas, talvez, porque este espectáculo ,nunca fez parte da minha realidade, mas sou tendencialmente contra e estou absolutamente convicta da sua violência. O autor do cartaz conseguiu, com grande mestria, passar a mensagem de tortura e sofrimento infligido aos animais durante as touradas.

Numa caminhada por terras de  Terras de Basto, mais precisamente em Mondim de Basto e ao longo da  Levada de Piscaredo, numa das várias aldeias por onde passei,  descobri esta  selha, feita a partir de um barril, que, deixando de ter serventia, for reconvertida em floreira.  Quando a  Maria Andrade, nos mostrou as pedras do seu jardim, por associação  de ideias, lembrei-me do quanto gosto de selhas, e que  na casa dos meus pais, em Angola, havia algumas com a esta função. Os aros de ferro eram pintados em cores garridas e já naquele tempo faziam as minhas delícias. Ainda não tenho nenhuma, mas lá chegarei :)

Sobre a fotografia, gosto da harmonia inesperada formada pelo conjunto das alfaces e do cebolinho em vez das flores, da rede azul a poder ser um adorno, da grelha a espreitar, da parede inacabada e... dos aros pintados a vermelho.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Azulejos publicitários

Este comprido painel, na rua de Santa Catarina despertou-me, para a  função dos azulejos, na publicidade. Associáva-os, quase exclusivamente à decoração das fachadas,  apesar de no Porto existirem variadíssimos painéis publicitários em azulejo, creio que, todos do início do século XX. Mas, como a maioria das vezes passamos, olhamos e não vemos, nunca os valorizei. As magníficas fachadas da Capela das Almas,e outros exemplos sumptuosos da azulejaria Portuense  justificam a distracção. 

Nesta primeira fotografia tentei apanhar a parte central do painel,que fica ao nível do primeiro andar, onde se lê o nome do proprietário e, talvez fundador,  do estabelecimento comercial. 
  
O canto esquerdo, anuncia o tipo de comércio Casa de Novidades, que, pela decoração dos azulejos, faz-me crer ter-se tratado de uma casa de brinquedos.

No canto direito do painel aparece uma designação, que corresponde ao  nome comercial deste estabelecimento,  Grande Bazar do Porto. Para a época seria sem dúvida, um nome comercialmente apelativo. Pelo que vou observando  o termo "bazar", caiu em desuso, agora tem outro significado :) Cá em casa, quando havia adolescentes, a utilização dos termos,  bazar, bué e outros , foram  motivo de algumas zangas...fortes! :)
Gosto da candura destes azulejos! Na  cercadura que enfeita  o nome do proprietário, as caras das meninas, com grandes laçarotes na cabeça, a comporem os ramo de flores, com se de mais uma se tratasse, revelam um conceito de infância,mais ingénuo, onde não havia a pretensão de transformar as crianças em pequenos adultos, como hoje, algumas vezes acontece.
Estes azulejos são ainda um bom registo sobre a maneira como se vestiam as crianças e sobre o tipo de brinquedos da época. Percebe-se bem que os brinquedos representados são de madeira.Acho piada ao pormenor da matrícula do carro! GBP! Nem mais nem menos do que as iniciais da casa.
Pensou em tudo o autor do painel, que, como se pode observar,  no canto inferior direito (ampliando a fotografia) pertencia à Fábrica do Carvalhinho. Tenho pena de não conseguir perceber o ano de fabrico.