domingo, 23 de dezembro de 2012

Boas Festas


A todos os meus seguidores e comentadores especialmente aos que carinhosamente me presenteiam com a sua companhia desejo um Feliz Natal e um novo ano, em que o prato da balança desequilibre diariamente para o lado das coisas boas. Saúde, amor, trabalho, alegria e….dinheiro! :) Que tenhamos muito, à medida das nossas aspirações e que vá sobrando algum para os nossos tesouros, que, no meu caso, tanto me ajudam a manter o equilíbrio emocional:)
Para o postal deste ano escolhi um par de chávenas que me parecem ser  de origem inglesa. A irregularidade da tinta da faixa azul, aponta para uma pintura manual sobre a qual foram aplicados os motivos que mostro na fotografia de baixo. São pequenas representações de plantas silvestres, talvez, de  fetos  e campainhas.
Com o enquadramento natalício das fotografias tentei dar-lhes o sentido necessário para se transformarem em postal de Natal, com os brilhos e luzes próprios desta época. Rematei com um ramo de azevinho do meu jardim e um minúsculo presépio que me ofereceram há poucos dias.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Mais uma chávena

Quando vi as as primeiras chávenas do post da Maria Andrade dedicado ao Tea Cup Tuesday e outros  semelhantes, achei-lhes algo de familiar. Mais tarde, olhando novamente e com mais atenção, lembrei-me de uma chávena minha, sem pires e que certamente foi muito baratinha, pois é uma peça muito singela e sem a mais pequena marca. Nestas questões de porcelanas e faianças não gosto de afirmar nada, mas creio que só o seu formato London Shape, a identifica como produção de origem inglesa.

Embora os motivos da decoração vegetalista sejam diferentes entre esta chávena e as da Maria Andrade é inegável a semelhança temática das folhas e gavinhas, embora, estas últimas, na  minha,  tenham sido pintadas de forma um bocado  bocado trapalhona :)
O fundo desta  pequena chávena pintada à mão está decorado com uma pequena folha e gavinhas de que mostro um primeiro plano  na última foto e que eu acho bastante piada. Desde sempre, gostei de chávenas com decoração no seu  interior.
Esta, que só tem nove centímetros de diâmetro e seis de altura,  parece-me bem mais pequena do que as que mostra a Maria Andrade.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Coisas diferente que vou vendo por aí - II


Fotografia tirada em Milão durante as poucas horas que lá estive, mas, as suficientes para ter aberto a boca de espanto perante a monumentalidade da sua Stazione Centrale ou da sua catedral com os seus 157 metros de altura e construída com mármore de Candoglia. E foi precisamente aqui na Duomo de Milão que vi num dos seus lados, este enorme cartaz fazendo publicidade a uns sensualíssimos sapatos de mulher! Insólito e contraditório para uma igreja que não permite a entrada nos seus templos, de nenhuma mulher com ombros destapados ou saias demasiadamente curtas. Mas, com um restauro para pagar de vinte milhões de euros, não será de espantar que os responsáveis pela magnífica catedral não se possam preocupar com coerências, mas, antes sim, em arranjar soluções para fazer face a tais despesas, mesmo que isso passe por vender espaços seus, que, quanto a mim se querem recatados e afastados de questões mundanas. Não sei porquê, lembrei-me do episódio bíblico dos “Vendilhões do Templo” Porque será?
Milão 2012
  
Não se fica indiferente a esta enorme escultura de aço inoxidável com oito metros de altura e, um e trinta de largura. Está colocada no lago Genebra, em Vevey,  mesmo em frente ao "Alimentarium", o Museu da Alimentação, fundado em 1985 pela Nestlé.  Foi aqui colocada em 1995, só pelo período de um ano,  para comemorar o décimo aniversário do  "Alimentarium". Ao fim deste tempo e contra a vontade do museu  e da própria cidade de Vevey a escultura é retirada  e enviada para  o cantão de Lucerna onde fica a embelezar o jardim de uma fábrica de cutelarias. Em dois mil e sete regressa a Vevey para integrar uma exposição temporária e, é nessa altura, que um movimento de cidadãos liderado pela própria Câmara local reivindica a permanência da escultura  na cidade. Em dois mil e oito, as autoridades do cantão decretam que o “garfo” regresse ao seu lugar originário, o lago Genebra.
Vevey - 2011

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Florzinhas da Vista Alegre

Florzinhas da Vista Alegre neste meu regresso ao  admirável mundo das coisas de que gosto e, o mais importante, o regresso às tertúlias com os amigos que tanto estimo.

Um pequeno bule sem tampa e um açucareiro da VA  foram as minhas últimas aquisições.Esta decoração da Vista Alegre, apesar de não ser novidade  para os amantes das porcelanas antigas, constitui sempre  um momento de prazer e curiosidade. Descobrir  diferenças e semelhanças é  um jogo que quase sempre se torna irresistível para os apreciadores de velharias.
A nota mais curiosa deste conjunto vai para o bule. Para além da sua dimensão muito reduzida (serviria doses individuais de chá?), o remate da parte superior do bico é pouco usual. Todos os dourados que compõem a decoração estão muito gastos, o que é uma pena.

Há já mais tempo em meu poder, uma chávena de café com as mesmas florzinhas. O debruado a azul confere-lhe um ar mais prático ou como se diz agora casual! Eu diria casual chic :)

 Gosto do pormenor do azul na asa. As duas primeiras peças estão marcadas com as siglas VA em azul. Esta chávena tem a marca V.A. pintada a verde e riscada a tinta azul!!
Por fim, mas não menos importante,  resta-me dizer que descobri o encanto destas florzinhas  aqui no fantástico blogue do Luís.
Marcas no pires. As da chávena são iguais

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Prato modelo Espiga -Fábrica Sacavém

Já tinha ouvido falar deste formato "Espiga" nos  blogues que vou seguindo e conheço variadíssimas decorações que vão desde barcos à vela, cenas de caça, cenas  campestres, raminhos de flores etc. O que nunca tinha visto, e me deixou deveras surpreendida foi a representação de uma caçada ao hipopótamo, ou seja, uma cena tropical cheia de pormenores, como por exemplo, a piroga que transporta o caçador.
Provavelmente, esta, seria uma decoração a pensar nos portugueses residentes, nas então colónias, ou províncias  ultramarinas :) com o intuito de aumentar o leque de clientes. Será?

 Comprei este prato por uma questão afetiva e não resisti fotografá-lo  junto de uma velhinha e já puída toalha de piquenique.Ficam bem as duas peças com o seu toque rústico.
A data de fabrico deverá situar-se no  primeiro quartel do século XX. Espreitei o blogue da Maria Andrade, na esperança de melhor poder datar este prato, mas não vi nenhuma marca exatamente igual a esta. Espreitei, ou melhor vasculhei também o mfls, mas não consegui descobrir o post dedicado a estas marcas.Efeitos do estado meio febril da primeira constipação da época :)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Azulejos da casa do Conde de Pinhel

Em Vila Nova de Foz Côa, esta casa que atraiu a minha atenção pelo conjunto de azulejos que encimam todas as janelas e portas é   conhecida como  "A casa do conde de Pinhel".
Fachada principal
Vá-se lá saber porquê, sempre achei que tal designação não tinha fundamento, que ali, nunca nenhum conde de Pinhel teria vivido. Para fazer  este post resolvi,  então,  tirar estas dúvidas a limpo e efetuar uma pequena pesquisa sobre esta casa. Pouco ou nada encontrei, a não ser uma alusão feita numa interessante comunicação sobre a "Memória Antoniana em Vila Nova de Foz Côa", no capítulo que toca ao património construído nesta vila. Para mim foi importante esta referência pois deu sentido à informação inicial e da qual eu duvidara, por  nunca ter encontrado dados que  relacionassem  esta casa ao Conde de Pinhel (todos me conduziam aos seus palacetes do Porto, Lisboa e claro Pinhel - a Casa Grande_) cheguei até, a pôr a hipótese, de tal designação se dever a qualquer historieta popular sem qualquer tipo de fundamento.A brevíssima referência que descobri levam-me agora  a crer que esta casa tenha realmente pertencido ao 1º conde Pinhel, título criado pelo  rei D. Carlos a favor de Manuel António de Almeida.
Fachada lateral

O seu interesse estético reside no conjunto  formado pelas janelas e portas com  molduras de granito encimados por bonitos conjuntos de azulejos, com dois querubins que ladeiam a composição e que, olhando para baixo parece que  zelam as entradas da casa. Não fossem  estes pormenores arquitetónicos e esta, seria uma casa sem atrativos especiais.

Questiono-me sobre a  época destes azulejos e qual a sua proveniência. Será que fizeram parte da conceção original da casa, ou terão sido colocados posteriormente?

A casa  corresponde  à época em que viveu o 1º conde de Pinhel (1860-1929) e   muito provavelmente foi recebendo obras ao longo do tempo que podem ter alterado a construção inicial.
Pormenor dos azulejos
Estas são questões que me foram surgindo, mas que, de  forma  alguma,  foram motivadoras deste post. Esse mérito é exclusivamente  destas portas e janelas e dos seus azulejos rigorosamente iguais, formando assim um conjunto extremamente harmonioso. Não posso terminar sem referir que, quando se vê tanto património arquitetónico mal tratado e abandonado,  é um bálsamo, encontrar casas tão bem preservadas e cuidadas como esta. 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Caminhos

Este post estava para ser ser feito antes da minha ida para férias mas, entre os almoços, lanches e jantarinhos com a família que vive mais ou menos distante, não tive tempo para o  fazer.
Serra de Montemuro. Ao longe vislumbra-se o rio Douro
Faço-o agora pois ainda é oportuno e  pretendo, então, com estas fotografias, simbolizar os diferentes caminhos que percorremos durante o louco mês de agosto, tendendo sempre a imaginar a teia complexa que obteríamos, se fosse possível registar graficamente o rasto do destino de cada um dos milhões de pessoas que se deslocam durante este mês.
Londres - Ponte Millenium
O nosso planeta ver-se-ia certamente, envolvido numa imensa renda feita de fios de todos os tamanhos, do  tamanho das distâncias das viagens de cada um e seria qualquer coisa como a imagem que mostro em baixo e representa as linhas,  pontos e círculos  imaginários da Terra.
Imagem retirada da net.
Sei que não irei a tempo de desejar boas férias a todos, mas desejo-vos que o regresso ao trabalho seja tão calmo e tranquilo, quanto as águas do mar que mostro na foto de baixo.
Viana do Castelo - Entrada na barra

terça-feira, 24 de julho de 2012

Leiteira "silvinhas"


Cá está a pequena leiteira de que falei neste post do Luís e neste da Maria Andrade.É a única peça que tenho com esta decoração, parece-me bastante antiga e, à exceção de uma ininteligível marca incisa, não apresenta mais sinal nenhum.

As marcas que se conseguem ver na base da leiteira

Apesar do motivo, não creio que seja da Vista Alegre, pois é de uma pasta pesada e o tipo de asa, não me parece ser caraterístico desta fábrica. Mas estou no campo da pura suposição. Na foto de baixo, mostro o remate da decoração central que faz lembrar um Y e ainda não vi em mais nenhuma peça.

Em baixo um pormenor das minhas Silvinhas:) Será que o nome atribuído pelos colecionadores a este motivo tem alguma relação com as flores das amoreira-silvestres, as nossas vulgarmente designadas silvas e que são uma autêntica praga, quando aparecem num jardim? Anos a fio, todos os verões combati ferozmente com as silvas do terreno vizinho, que invadiam o meu jardim. Saí sempre arranhada e nunca vitoriosa :) Agora já tenho vizinha, foram-se as silvas, mas "ganhei" outras coisas :(


À falta de silvas para fotografar mostro um botão da minha roseira Santa Teresinha, que em maio se encontra no seu esplendor máximo. Agora, as flores já rareiam e para conseguir esta foto, tive que trepar a um escadote, até ao último degrau:)

A seguir uma rosa completamente aberta e outro botão. É caraterístico desta espécie uma floração abundante por volta  de maio e mais modesta no verão.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Janelas, sombras e penumbras


Creio que foi já no ano passado, que uma caminhada através do Caminho de Jacinto nos levou, até à Quinta de Vila Nova, em Baião, agora designada por Casa de Tormes, vulgo casa de Eça de Queirós e que apesar de ele nunca a ter habitado, a imortalizou no seu romance "A Cidade e as Serras". O conjunto formado pela casa, capela e jardins é bonito, mas não gostei da fachada, achei-a demasiado rude e austera. As duas escadarias paralelas uma à outra também não primam pela elegância.
A fotografia que se segue é de uma das janelas da capela, que achei encantadora, mesmo sabendo que o seu recheio, pouco ou nenhuma relação terá com a casa que o escritor conheceu.
Em baixo, em estilo neomanuelino, uma janela do Hotel do Bussaco. Há alguns anos, publiquei-a no site de fotografias Olhares e dei-lhe o título de " Perscrutando", pois foi isso precisamente que eu fiz, quando vi  a maravilhosa porta rendilhada que está em segundo plano. Creio que me cheguei a pôr em bisco de pés, para a ver melhor.

A última, e de todas que mostro, é a que mais me cativa. É o resultado das brincadeiras de um grupo de crianças, que, não cumprindo as regras da sala, não arrumou os jogos quando chegou a hora do recreio deixando os bonecos assim colocados no parapeito da janela, por trás de uma tela. Estava um dia de sol aberto e as sombras projetadas em contraluz provocaram este efeito muito giro. Sentei-me a apreciar o resultado engraçado, e dei comigo a conseguir ver o Major Alvega, Corto Maltese e até mesmo o Tintim, numa qualquer aventura africana :) Quando as crianças entraram novamente na sala, chamei a sua  atenção para o efeito provocado. Acharam muito piada e claro que durante uma temporada, as experiências sucederam-se com os mais variados materiais. Eu aproveitei o seu entusiasmo, para explorar com eles, algumas noções básicas e adequadas à sua idade, sobre  os efeitos de luz e sombra. Acredito que todas as matérias são passíveis de serem explicadas às crianças, desde que as adequemos ao desenvolvimento cognitivo de cada uma (Bruner).

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Painéis de azulejos - Vilar Formoso


O meu medo de andar de avião aliado ao fascínio que sempre senti pelas viagens de comboio levaram-me a mim e à minha família, a optar por este último meio de transporte quando chegam as férias. E por causa deste meu medo irracional tenho feito belíssimas viagens de comboio, que, não troco por nenhum voo rápido e cómodo. Mas este post não é para falar das minhas aventuras ferroviárias, mas sim dos painéis de azulejos que revestem a estação de comboios de Vilar Formoso, que eu já atravessei algumas vezes no nosso mítico e tristemente degradado comboio sud expresso, que liga Lisboa a Paris e que este post do Fábio Carvalho me fez recordar.

São cerca de cinquenta painéis belíssimos (executados na Viúva Lamego e alguns  da autoria do pintor João Alves de Sá), representando quadros variados, que vão desde alguns dos nossos monumentos nacionais, até às paisagens e trajes típicos.Na época seriam praticamente, um roteiro turístico para quem chega :)

O primeiro painel mostra-nos um plano da rede ferroviária da Beira Alta, e das estradas de ligação às centrais de camionetes o que, para a época, deverá terá sido muito útil.
 O painel que se segue dispensa apresentações. Representa a Torre de Belém,  um dos nossos  mais emblemáticos monumentos, e ex libris de Lisboa.
Em baixo, a igreja românica de Cedofeita, de seu nome próprio, Igreja de S. Martinho de Cedofeita. Os historiadores dividem-se quanto à data da construção da igreja original; uns  apontam  para o ano de 446 e outros  defendem  o ano de 559. As duas versões, no entanto, atribuem-lhe origem Sueva, estando a última hipótese ligada à lenda, da cura do filho do rei Suevo Teodomiro. As figuras de S. Martinho de Tours e do bispo de Braga, S. Martinho de Dume estão ligadas a esta lenda.
Já fora do edifício, um singelo painel, com uma cercadura de folhas de loureiro e carvalho, ostenta o escudo nacional e  anuncia  a quem chega, o nome de Portugal,  marcando a transição entre os dois países.
As poucas fotografias que aqui mostro, não fazem de forma alguma justiça à beleza do conjunto destes painéis de azulejos, por isso, deixo-vos aqui um  filme  muito bonito, sobre a estação de Vilar Formoso, o qual, agradeço desde já ao seu autor.


terça-feira, 5 de junho de 2012

Um "Willow" da Real Fábrica de Sacavém


Intriga-me, este "Willow" da Real Fábrica de Sacavém comprado há poucos meses numa feira aqui no Norte e que, neste motivo, é dos mais bonitos que tenho visto, talvez, porque a sua decoração preenche bem todo o espaço do prato.

O  que me intriga?  Primeiro, a marca, que é muito semelhante a uma que consta no  Dicionário Marcas de Faiança e Porcelanas Portuguesas  correspondendo ao ano de 1885  e  que apresenta as letras B H S. &; Cª.  No meu prato, para além do  H ser substituído por um R, há uma colocação diferente dos pontos. Não sei se este último  pormenor é ou não relevante.
Mas voltando às iniciais e sabendo-se que elas, na primeira marca que refiro significam Barão de Howorth de Sacavém & Companhia, o meu prato pertencerá a outra época, e/ou outra administração, e estranho que apesar de ter feito muita pesquisa, nunca encontrei nenhuma marca igual a esta. Poderemos estar perante um qualquer erro, por exemplo um erro de impressão. Acrescento ainda que a palavra que encima esta marca não é CHORÃO, mas qualquer coisa como CHON… a última letra é impercetível. Outro erro? Já me parecem erros a mais.
A segunda questão  que me intriga é o conjunto de letras que se pode ver na foto de baixo e que desde o  início eu assumi pertencerem à palavra Maria. Há ainda um grupo de uma ou duas letras ligeiramente acima que eu não consigo decifrar. Escusado será dizer que fiquei a cogitar sobre quem seria esta Maria. 
Enquanto me propunha desvendar o enigma de letra R,  se é que há algum :) descobri uma marca de Sacavém que mostro a seguir, e que  refere uma D. Maria Francisca Meuron de Araújo, como sendo pintora amadora. Fiquei em pulgas! Começava a tomar sentido aquele nome! Mas nada é linear e simples. Como se pode ver na fotografia de baixo, a inicial Q que se segue ao Maria, não corresponde, como seria de esperar ao nome Francisca. Já a letra G poderá corresponder ao apelido Gomez, apelido que Maria Francisca  tomou por casamento, conforme veremos mais adiante.
Uma pesquisa no Google, sobre esta senhora levou-me até à sua árvore genealógica, onde se fica a saber que casou com o Conselheiro Augusto Gomez de Araújo (leremos qualquer coisa sobre ele já a seguir) mas, o mais relevante para este post é sem dúvida a referência que lhe é feita no livro de José Queirós, Cerâmica Portugesa, e que passo a transcrever.
'um celebre serviço de mesa, feito em Sacavém para a casa da
Quinta-Grande — Barreiro, de que é proprietário o nosso amigo o Sr.
Conselheiro Augusto Gomez de Araújo, encontram-se numerosos nomes a
assignarem as diferentes decorações nas peças de que se compõe o serviço,
por tantos titulos interessante. São elles : 
 D. Maria Francisca Meuron d'Araujo, D. Maria Benedicta de Sousa de Meuron d'Araujo, D. Anna Jechtel, D. Catharina Costa, Manuel Braga S. Romão, D. Fernando de Serpa, Raphael Hogan, Henrique Possolo, Eduardo Braga, Augusto Carlos Mattos da Cunha e Augusto Gomez de Araújo (p. 88).
Chego ao fim desta pequena pesquisa e outras questões se foram levantando, pelo que não cheguei a conclusão nenhuma, apesar de em alguns momentos, ter tido a convicção de que este prato poderia ter pertencido ao referido serviço de mesa. Muitas coisas ficaram por esclarecer. Por exemplo, o "R" do meu prato referir-se-á a Alice Rawstron, viúva do Barão de Sacavém, que após a morte do marido estabeleceu uma sociedade comanditária com o antigo guarda -livros da fábrica? Se se atribui a Maria Francisca a marca que mostro em cima, porquê um Q e não um F? Perguntas que ficarão por responder, ou talvez não. Temos assistido aqui, nesta pequena comunidade de amantes de velharias, ao desvendar de alguns "mistérios", bem mais intrincados do que este :)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ilusões fotográficas


 Esta fotografias  tiradas há já alguns anos  criam uma certa  ilusão ótica a quem olha para elas. Este género de fotografias ou até pinturas sempre me agradaram. Gosto, de por momentos, ficar sem saber onde começa a ilusão e termina a realidade. 

A que se segue foi tirada no meio da maior multidão que alguma vez já estive.Refiro-me  nem mais nem menos ao Palácio de Versalhes, em pleno mês de agosto! Impróprio, para quem goste de visitas calmas, e com um ar decentemente respirável! Mas, por enquanto, não tenho alternativa :) este mês é o único em que tenho tempo para viajar.
A bola que remata o lustre, tem um gravado muito bonito, e foi precisamente quando tentava captar os seus pormenores, que percebi, que a fotografia tirada daquele preciso ângulo poderia resultar, pela ilusão ótica que causava e não pelo que primeiro motivo que atraiu a minha atenção.
A segunda fotografia, foi tirada em Guimarães no café Cinecitta, na muito bonita e animada Praça da Oliveira. Era domingo, havia futebol e esta é a combinação perfeita para um tarde mal humorada. Nestas situações, vale-me a minha máquina fotográfica :) Sentada na esplanada, aquele poster lá ao fundo, começou a dar outro sentido ao que via e ouvia. Um certo mundo masculino, sem dúvida estava ali representado.

domingo, 6 de maio de 2012

Travessa de faiança

Nas minhas deambulações por feiras e casas de velharias encontrei esta travessa na mesma casa onde comprei estas tampas e estas. A casa continua muito bem recheada, mas, quanto a mim, demasiado atravancada, não se podendo circular por ali, sem o receio de partir alguma das peças. Bem, com muitas cautelas e atenção redobrada à minha carteira  não fosse derrubar alguma coisa, lá fui olhando, evitando mexer, até porque, sou franca, não ia com intenção nenhuma de comprar fosse o que fosse.
Numa das prateleiras mais à mão, vi uma pilha de travessas, onde descobri a protagonista de hoje.Depois de um ligeiro abatimento no preço, resolvi-me a comprá-la. Acho-a bonita e com uma decoração pouco frequente. 

Há qualquer coisa nestas linhas onduladas e nas cores utilizadas que me faz lembrar a decoração de alguns  ratinhos. Disparate certamente, mas a associação de ideias foi inevitável.
Coloquei-a  na cozinha, junto dos pratos Maria Isabel,. Gosto de ver ali as três peças, com o seu fundo claro. Por aquele sitio já foram passando várias peças, a última das quais, uma tampa de terrina em tons de castanho da fábrica Alcântara. Até ver, esta travessa é a que fica melhor neste conjunto.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Histórias para as crianças do meu tempo

Já não me recordo em que "post" ou comentário falei sobre uma coleção de livros infantis que fez as minhas delícias em criança, mas sei muito bem o que disse a propósito desses livros. E o que disse,  baseou-se  nas minhas recordações de criança, obviamente  distantes no tempo :) e por isso, sei-o agora, distorcidas. Disse por exemplo, que o que mais recordava eram as ilustrações, especialmente as coloridas, que separavam as várias histórias, e que  atualmente, estava até convencida de que estas ilustrações seriam pormenores retirados de pinturas ou gravuras   mais ou menos conhecidas. Engano meu!
Numa das últimas feiras de velharias aqui em Braga, encontrei um dos "meus" tão desejados livros que comprei sem pensar duas vezes. Ainda no  "Vianna", um dos cafés históricos de Braga,( infelizmente cada vez mais  descuidado), e no qual faço uma pausa antes do regresso a casa, comecei a folhear o meu livro apercebendo-me das diferenças entre o que a minha memória tinha retido e o que o livro era na realidade.
 Assim, as histórias do "meu" livro são uma adaptação de contos populares compilados por Fernando de Castro Pires de Lima, médico e escritor, que se destacou  no campo da Etnografia Portuguesa do século XX . 
Folha de rosto
As ilustrações que tanto me encantavam, são da autoria de Laura Costa ( 1910-1992),  uma reputada ilustradora de livros infantis (e não só) que, entre as várias  características dos seus trabalhos, representava os "maus" com feições simpáticas e  evitava retratar a suposta fealdade das personagens  malvadas que povoam estes contos tradicionais. As suas ilustrações, não contemplavam igualmente, as cenas violentas, frequentes  neste género de histórias ( Almanaque Silva).
Ao rever os desenhos dos sumptuosos vestidos, chapéus e toucados, das fadas e princesas que ilustram este livro,  não pude deixar de me lembrar das crinolinas, que ainda há bem pouco tempo foram tema de um dos posts do Luís. Em criança, eu tentava recriá-las recorrendo a restos de tecidos dos cortinados :) e era verem-me rodopiar pela sala fora, imaginando, já não sei muito bem o quê, mas acredito que, dançaria com algum príncipe encantado do meu tamanho :)