quinta-feira, 28 de março de 2013

Páscoa, amêndoas e porcelana


Para os que por aqui passarem, deixo uma mão cheia de amêndoas com votos de uma boa Páscoa ou, tão-somente, umas boas férias. Para as receber escolhi este prato de porcelana cuja única marca visível são três traços incisos na pasta. Misterioso portanto :)
 Atrever-me-ia a apontar a Vista Alegre como a sua possível origem, não se desse caso de ele ter sido comprado mercado das pulgas de Roma, o Porta Portese. Este facto leva-me a considerar esta hipótese como pouco provável, embora não impossível. Muitas peças da nossa Vista Alegre andarão por aí, espalhadas por muitos cantos e recantos.Para além disso, também sabemos como as fábricas se influenciavam umas às outras, utilizando muitas vezes os mesmos motivos.
Neste grande plano do motivo que decora a aba do prato, vê-se nitidamente a pincelada tipo tracejado que não me parece ter sido usada na V.A.
Este ano, resolvi não esperar que se comessem  todas as amêndoas para mostrar o fundo do prato que está decorado com um singelo círculo dourado.

O que torna este prato de dezanove centímetros de diâmetro, um pouco diferente do habitual é a espécie de pé que apresenta, deixando-o entre a forma de prato e taça e que mostro em baixo, acompanhado por um pequeno ramo de um arbusto que já deveria estar em plena floração, mas que, excecionalmente, este ano, ainda se encontra em botão. 

domingo, 24 de março de 2013

Azulejos - Braga

Os motivos utilizados na decoração de azulejos são tão variados nos  temas, cores, formas e texturas que nunca param de nos surpreender. Perto do mercado municipal de Braga há uns, que forram as paredes de um edifício que alberga um restaurante tipo tasca/churrasqueira. Está tão degradado, o edifício, que nem sequer vale a pena fotografá-lo.


Mesmo assim, e porque queria dar uma ideia do resultado do conjunto destes azulejos, fotografei um bocado de parede conseguindo, só muito a custo, um enquadramento sem chaminés de alumínio e outros feios enxertos.Segue-se o pormenor do conjunto que mais gosto e que,  integrado na panorâmica geral sugere um trevo de quatro folhas. A conjugação do azul e verde dão-lhe um ar pouco usual e foi isso que atraiu a minha atenção.


Na fotografia que se segue pode-se observar o outro pormenor, mais complexo graficamente, mas não tão bonito como o anterior.
Por fim, a barra que remata todo o trabalho de colocação e que, ampliando-se a primeira fotografia se consegue ver muito bem o efeito conseguido.
Não resisto em mostrar esta foto do mesmo pormenor que tanto gosto e ao qual, nem as marcas bem visíveis  da degradação, conseguem retirar o encanto.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Prato com casario

Mostro hoje um prato que comprei num site de vendas on-line e logo pela fotografia que o publicitava, me pareceu ser diferente do que normalmente estamos habituados a ver  neste tipo de motivo. Pensei até,  que poderia ser uma imitação recente (já as tenho visto!), mas como estava baratinho resolvi arriscar.

Chegado o prato, confirmei todas as minhas suposições exceto o facto de   não se tratar de uma cópia recente. Agora, porque o acho diferente?  Primeiro, porque a pintura é feita sob vidrado e este tom de azul não me é familiar nas faianças que conheço.
Segundo, apresenta uma decoração da aba que também não me parece muito frequente, especialmente esta que destaco acima. Também não reconheço a conjugação destes dois pormenores decorativos . Fazem-me pensar que se poderá tratar de faiança de outras origens.
Outro pormenor decorativo da aba. A conjugação dos dois motivos não me parece usual
Um alerta! Tirei dúzias de fotografias e não consegui reproduzir satisfatoriamente  o azul que me faz ensimesmar! Lembram-se da cor da tinta de encher as canetas, as de tinta permanente? E lembram-se quando acabava a tinta juntar-se alguma água para remediar a situação? :) Pois bem, o meu prato é nesse  azul,  que eu não tive a habilidade de captar, e como calculo que já mal se devem lembrar de semelhante coisa, deixo-vos com um filme muito curioso.

Um pormenor do centro do prato


 




sexta-feira, 1 de março de 2013

Janelas de Roma


Estavam assim, enfileiradas, cerradas, como que a proteger a  privacidade dos seus moradores da indiscrição das máquinas fotográficas dos turistas que, em agosto enxameiam qualquer avenida ou viela de Roma. Eu, quietinha,  lá em baixo, completamente "espapaçada" pelo calor e sentada na borda de uma refrescante fonte,  agradecia a brincadeira da petizada que,  indiferente ao que as rodeava, salpicavam-se alegre e generosamente, a eles, e a quem por ali andava.
 De nariz no ar e cogitando em como gosto da cor ocre, logo me atraiu a atenção, a "minha" janela, aquela, completamente escancarada, deixada assim, talvez para proporcionar  muitas horas de sol aos catos que a tentam embelezar. Ei-la, em baixo. Vale pela harmonia das duas cores dominantes, o verde das janelas e o ocre das paredes.
Não muito longe da viela onde tirei a foto de cima, mas desta vez numa cosmopolita avenida e mais uma vez fascinada com o ocre comum a tantas e tantas construções, descobri a segunda janela que mostro hoje. Esta, pela sua conservação destaca-se  no meio da degradação que se vai tomado conta do edifício.
Isolando-se a janela destaca-se  toda a  beleza  da moldura, que não sei se é de granito (não me parece). Os remates curvos dos quatro lados, são os pormenores que lhe conferem uma elegância contida e que, quem sabe, poderá servir de inspiração a algum ourives que assim crie uma jóia única :)