Mais uma fachada, desta vez em
Braga, no atual Largo de Santiago, local antigo, que na época era designado por rua
de São Tiago e que aparece já referenciado no manuscrito de 1750, " Mapa
das ruas de Braga", da autoria do padre Ricardo da Rocha. A
título de curiosidade diga-se que este mapa surge da incumbência, por
parte do Cónego Francisco Pacheco Pereira, Provisor do Arcebispado, com o
objetivo de localizar e identificar as casas foreiras ao cabido, numa tentativa
de inverter a grave crise económica e financeira que se vivia e que,
segundo alguns, terá sido resultante de uma negligente administração dos bens, por
parte do cabido da Sé de Braga.
Claro, que a casa que mostro hoje é bem mais recente, talvez do
primeiro quartel do século XX e está revestida com uns azulejos, bonitos, muito bonitos, diferentes do comum, mas que curiosamente, vistos ao longe, não criam impacto visual. É daqueles edifícios que, seguramente, não será muito fotografado por turistas.
O certo é que ainda ao longe, achei-lhes qualquer coisa de diferente e resolvi atravessar o largo para os ver mais de perto. Para minha grande surpresa encantei-me com eles :) Esta sucessão de arcos, folhagem, linhas curvas e a sua policromia dão-lhe um ar muito gracioso e diferente.Há qualquer coisa neste padrão vegetalista que me remete para os desenhos dos tecidos indianos. A pintura irregular e aguada, do cor de rosa dos arcos podem ser indicadores de uma produção ainda pouco industrializada. Mas, sobre estas questões técnicas não me pronuncio.
Em baixo, um pormenor do aro que envolve as portas. Descobri há pouco tempo quão harmónicos são estes acabamentos dos azulejos com as guias de granito.Pormenor da faixa que remata todo o trabalho de revestimento |