Os mais eruditos falarão em arte naïf ou kitsch. Eu
falarei em gosto popular carregado de ingenuidade e forte fé católica, ou não
fosse esta casa na Afurada, terra de pescadores, que sabem como ninguém, o que
é a dureza da vida.
Quem
engendrou este painel consegui juntar dois dos elementos mais conhecidos e
apreciados da nossa cultura popular. Os azulejos (este não é o S. José) e as
andorinhas com poiso certo na maioria das nossas varandas tradicionais. Quem,
da minha geração, não se lembra delas? As mais antigas que se conhecem são
criação do Rafael Bordallo Pinheiro, mas rapidamente foram apropriadas pelo
nosso artesanato popular, que, como em tantos outros casos, simplificaram o modelo
original, difundindo-o e vulgarizando o seu uso.
Para mim é uma casa portuguesa com certeza. E como não podia
deixar de ser...