sábado, 16 de agosto de 2014

Um estore de rolo transformado em cortina romântica

Gosto que a banca da loiça da minha cozinha se encontre em frente à janela. Para além da luz natural que me cega logo pela manhã dos dias bonitos, dali, posso ver parte da minha pacata rua, particularidade que me foi muito útil nos tempos em que tinha que conciliar o trabalho na cozinha com a vigilância dos meus filhos enquanto corriam rua acima, rua abaixo. Bons tempos! Hoje, o meu olhar desvia-se da rua e prende-se noutros pontos de interesse. Olhar o jasmim-amarelo, ou a cautela dos melros, embevece-me. Olhar a casa que cresce mesmo ao lado deixa-me perplexa! Parece a Kaaba! A sério. É um cubo todo forrado com umas placas pretas!! Bom, mas que cada um seja feliz com o que gosta. Hoje só venho falar da cortina desta janela.


Cortina de cozinha, perto do local de mais movimento não pode estar limpa por muito tempo. E se não sou maníaca das limpezas há o mínimo que gosto de garantir. Mas, como também sou muito prática sempre rejeitei soluções que não me permitissem tirar, lavar e voltar a pôr as cortinas no sítio rapidamente e sem grandes dificuldades. A primeira solução que arranjei foi muito engraçada, durou anos, mas acabou por morrer de velha. Não quis repetir a fórmula, andei uns meses com a janela despida, até que me lembrei dos estores de rolo. Reunia todas as condições que eu pretendia, ainda com a vantagem de poder regular a altura de acordo com a tarefa, ou com o momento do dia.


Meu dito meu feito, lá pus a cortina que apesar de funcionar muito bem, não me agradava totalmente.Tinha um aspeto demasiado industrial e impessoal.




Um belo dia surgiu a ideia. Tirei-lhe a régua do remate e cosi-lhe uma franja com borlas e... voilà:) Resolvi o problema. Com esta simples aplicação retirei-lhe aquele ar de cortina de escritório e pu-la verdadeiramente a meu gosto, achando eu,  que fica muito bem junto dos meus bules.



9 comentários:

  1. Sabe Maria Paula, eu ando há que tempos para encontrar uma solução, ainda que provisória, para a janela da cozinha do Alentejo.
    Tal como a sua, está frente à banca da loiça (fiz questão), pois posso ver o olival em frente, tenho sol toda a manhã e espio sempre quem chega a partir dali.
    Até agora tenho a janela despida e, quando me vou embora, prendo um bocado de um velho colchão de ar, em plástico opaco, que foi retalhado e, assim, permite que ninguém espreite para dentro de casa.
    Quero, qualquer dia, fazer umas portadas bem rústicas, mas, até lá, tenho de encontrar uma solução provisória.
    Esta sua ideia é muito boa!
    Ao contrário da Maria Paula, que tem todos esses bules bem ordenados e bem colocados no parapeito, tenho uma quantidade de caqueirada, com bules, vidros, enfusas em barro meio vidrado, pequenas tigelas rudes e com vidrado que se esvai já; todo este conjunto díspar poderá fazer um bom conjunto com uma cortina afim desta.
    Claro que um estore de correr não iria muito bem com o ar completamente rural e rústico da minha cozinha, mas cortinas em antigas mantas de tear (feitas pela minha avó no tear que havia na minha casa de família próximo de Pombal), com um friso de borlas a condizer, pois até o tenho para lá, num canto qualquer, que restou de outro cortinado, será uma forma de esconder o interior da casa de olhares alheios e ter uma solução limpa e prática.
    Quero agradecer-lhe a ideia, que é muito boa, mas que não me tinha ocorrido!
    É necessário ver algumas soluções bem conseguidas para que nos lembrem outras, que afinal até são óbvias!
    Mas a cabecita nem sempre pensa como deve ser e, não fora a Maria Paula, lá continuaria ad aeternum com o bocado de colchão a tapar a janela!
    Mais uma vez lhe agradeço o ter-me colocado a massa cinzenta a funcionar e quero desejar-lhe a continuação de boas férias
    Manel

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  2. Olá Manel. Cá por casa também vão havendo algumas situações provisórias. Tão, tão provisórias que vão correndo o risco de se tornarem definitivas:) Mas mesmo assim, prefiro-as a uma qualquer solução de catálogo que não me agrade, coisa que acontece muitas vezes. Portanto, enquanto não tiver oportunidade de fazer as portadas rústicas, acho que ficará lindamente essa ideia de aproveitar as mantas tecidas pela sua avó. Para além de se enquadrarem no ambiente rústico da sua cozinha, têm valor sentimental, o que lhes dará outro sentido.Fico bastante satisfeita pela minha ideia o ter ajudado a solucionar a questão da sua janela e não tem nada que me agradecer:) Que maravilha dali desfruta.Um olival! Eu, até há uns dois anos, ainda via as torres sineiras do Bom Jesus. Agora, já não. O meu horizonte é o meu jasmim-amarelo :)
    Continuação de um bom mês de agosto.

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  3. E que tal transformar antigos lençois de casal que já não servem nas nossas camas em bonitos cortinados? vira-se a parte da renda para baixo faz-se a bainha por onde se quer e pregam-se tiras de tecido ou fitas a dar laço no varão ou para que corram melhor e se se ajustar à decoração mandam-se pôr grandes ilhoses... Esta é uma das formas como penso aproveitar os lençóis com bordados recortados e ou rendas feitas pela minha mãe e pelas minhas tias!
    Ana Silva

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  4. A propósito, sou fã de estores e gostei imenso da forma como personalizou os seus...
    Abraço
    Ana Silva

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    1. Olá Ana Silva, bem vinda
      Essa ideia do aproveitamento dos lençóis para cortinados é muito boa. Aliás, os bordados antigos, quando atingem aquele ponto de desgaste que até temos medo de lhes mexer, com receio de que se desfaçam, prestam-se a ideias muito engraçadas. Tenho uma amiga que mandou encaixilhar parte da barra de uma antiga colcha bordada a um fio que parece de seda que ficou lindíssima. Fico satisfeita de que tenha gostado das borlas que coloquei neste estore. É uma solução barata e de fácil execução :) Isso para mim é fundamental! Um abraço e muito obrigada pelo seu comentário.

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  5. Maria Paula

    Uma passamanaria adequada transforma um cortinado banal num objecto requintado. Esta sua cortina formou um cenário ideal para os seus bules. A fotografia como já é seu hábito está muito subtil e elegante.

    bjos

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  6. Luís
    Sou uma apaixonada por passamanarias que, como muito bem diz, transformam um qualquer objecto numa peça de requinte. Tenho duas pequenas toalhas de Natal que não passavam de dois retalhos na feira de Barcelos, que depois lhes aplicar a franja certa transformaram-se em belas peças.Um abraço

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  7. Olá Maria Paula,
    O seu bom gosto evidencia-se de diversas maneiras e também eu fiquei encantada com este seu recanto. Também gosto deste tipo de arranjos, de aproveitamentos de tecidos e rendas e até já usei antigos lençóis de linho com entremeios de renda como cortinados, como sugere a Ana Silva. Coisas de raparigas da nossa geração ;)
    O seu cortinado ficou lindo e um belíssimo complemento à sua magnífica fiada de bules.
    É o tipo de imagem que consegue alegrar os nossos dias...
    Beijinhos e parabéns

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    1. Olá Maria Andrade
      Muito obrigada pelas suas palavras :)
      Acho que este gosto pelo aproveitamento de antigos tecido e rendas é mesmo uma coisa geracional, ou, como muito bem diz, coisas de raparigas da nossa idade:) Ainda este fim de semana, numa aldeia de Montemuro, vi uma pequena janela com cortinas feitas de uns panos de tabuleiro! Resultou na perfeição.Agora ando às voltas com a janela da casa de banho dos meus filhos.É pequena e sobre o retangular. Mais uma vez não queria uma solução de decorador, que foi coisa que nunca tive nem ambicionei!! Mas estas esquisitices pagam-se com meses a fio de janela nua :) mas os donos não estão cá, portanto, até ao Natal espero ser bafejada pela inspiração:)
      Beijinhos

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