quinta-feira, 11 de maio de 2017

Uma cadeirinha. Um enamoramento

A cadeira que hoje dá forma a mais um post foi um caso de amor à primeira vista. Quando falo em amor à primeira vista refiro-me à sua estrutura e ao seu estilo romântico dentro de uma  estética da Arte Nova. Encantei-me com o florão e grinaldas talhadas que decoram a cadeira tornando-a numa peça muito equilibrada.A parte mais alta mede 94 cm. 

Comprada há já alguns anos, num estado de segurança periclitante andou aqui por casa mais ou menos aos trambolhões, abandonada, mas não esquecida. 


Não foi  esquecida, mas o tempo de abandono a que foi votada, foi o suficiente para eu ir perdendo as fotografias que lhe tirei, com a intenção de lhe dedicar um lugar aqui no blog. A das molas do assento, a mais interessante, perdeu-se irremediavelmente, pois, agora com ela  restaurada,  não tenho oportunidade  de as fotografar. Perdeu também uma perna e partiu-se o florão. Urgia tratar dela antes que não houvesse restauro que lhe valesse.
  
A primeira coisa a fazer  foi tentar encontrar  tecido. O original tinha que ser retirado por todos os motivos.Achava o seu padrão desajustado a esta peça tão delicada e claro que estava sujo e velho. Preferencialmente, deveria ser um tecido antigo, sem brilho, mais aproximado de uma tecelagem fina  e com um padrão floral suave e adequado ao seu  tamanho. A exigência destes  requisitos, prendiam-se com o facto de esta cadeira se destinar ao quarto da minha filha. 
 Era esta a textura que eu idealizava
Corridas todas as feiras de velharias  das redondezas sem encontrar o pretendido, lembrei-me dos tecidos de fabrico inglês. Com muita dificuldade acabei por encontrar uma pequena amostra aqui em Braga, mas achei-os quase todos demasiado pesados para o que eu pretendia. O que me agradou mais era a um preço que considerei excessivo. Noventa e sete euros o metro! Como iria precisar de pelo menos um metro desisti da ideia. Acabei por encontrar um tecido muito mais singelo, mas que, esteticamente nada a fica a dever aos outros. 
O  assento da cadeira onde se pode ver melhor o tecido escolhido
Nesta foto percebe-se a inclinação do estofo.

Aqui está ela em pose para a fotografia e nada beneficiada, O dia está escuro e não consegui melhor. Acho mais interessantes as fotos que se seguem dos pormenores. Fica-se com uma ideia mais clara sobre os pormenores que tanto me encantaram.
Um dos cantos das costas.


A parte inferior das costas
A presença constante da grinalda de flores nas diferentes partes da cadeira dão-lhe uma graciosidade muito especial. Ocorreu-me hoje, enquanto escrevia, se este tipo de padrão será o mais adequado ao estilo da cadeira. Será demasiado juvenil, marcadamente feminino? Requereria um padrão mais neutro? Talvez. Apercebo-me agora que ao não querer  recorrer às convencionais casas de tecidos de cortinados, poderei ter deixado escapar outra possibilidade. Bem, mas está feito.  A dona do quarto gosta e eu também. E, importante também é a cadeira estar restaurada e pronta para durar mais um bom par de anos.
A parte frontal da cadeira. Uma das pernas é completamente nova.
As pernas da parte de trás, curvadas.